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quinta-feira, 24 de março de 2016

Hoje chorei de saudades...


Lila,
     estou me afundando em lágrimas de saudades de você. Sinto tanto a sua falta. Minha prima uma vez chorou quando a cachorra dela fugiu, mesmo que conseguiu traze-la de volta para casa, lembro que eu achei aquilo exagero, e até um tanto engraçado. E hoje, a entendo perfeitamente. Não era para eu chorar por causa de você, parece uma coisa tão boba, mas não é. Nunca gostei muito de animais de estimação, tinha medo. Muito tempo antes de você, eu tive uma cadelinha, que fugiu. Depois eu tive você, e você não fugiu porque quis, mas porque eu deixei, eu quem te levei aquele dia até Pinhais, gritei o nome dela e naquela caixinha de sapato te levei até quase a porta da casa dela. Nunca mais te vi. E acho que meus pais querem que eu nunca mais te veja também. Não, não me deixo levar pelo não deles. 
Lembro de quando você chegou que eu e a Gi ficamos horas te procurando embaixo do sofá, ou olhando para você enquanto dormia com medo em um lugar estranho. Quando te trouxe da casa dele naquela caixinha de sapato, ainda tinha medo, nem encostava em você direito. Agora estamos na sala, eu faço carinho em você, e você esquenta minhas pernas, minha irmã tinha chegado para buscar as suas filhas, minhas sobrinhas, e lá estava eu em outro mundo, me apegando a você, te olhando com tanto amor, te olhava com os mesmos olhos que agora choram... Lembro do seu barulinho, que por sinal era bem alto e parecia até um motorzinho, lembro que eu dançava com você, lembro que de vez em quando você até resolvia dar um "toca aqui" com suas patinhas na minha mão, lembro que sempre quando dormia colocava uma parte do braço para baixo do corpo, lembro do dia que você tinha chegado e que a noite saimos e ao voltarmos te procuramos pela casa inteira, até que eu vi seu rostinho amedrontado escondido atrás da almofada, lembro da primeira vez que você dormiu com a gente (eu e Gi), e de quando te coloquei para dormir lá fora. Minha mãe também lembra muito bem de você, só que de uma forma diferente da minha, ela lembra de você como "A cagadora de tapetes", poxa, Lila, não parei de te amar por isso mas o tapete era novinho, e o pior depois dessa literalmente cagada, minha mãe não quer mais sua companhia. Não, não me deixo levar pelo não deles.
Sinto saudades de você ao ver qualquer gato, tenho uma vizinha com um gato de raça lindo! Antes dela cortar o pelo dele, ele era todo fofinho e sempre que a gente passava lá parava para ficar olhando. No entanto não precisa ficar com ciúmes, não existe outra gatinha que te substituiria, só você tem esse bigodinho, já tive outra gata antes porém você me envolveu mais que ela me envolvia, e Lila você sempre terá um espaço especial no meu coração, é bem aconchegante para você dormir. Espero que durma bem aí essa noite, e todas as outras que estão por vir.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Projeto 12 cartas: uma carta para alguém que já morreu.


Queridos avós, fui convidada a escrever uma carta para alguém que já morreu mas, vou sair um pouco da regra e escrever para três pessoas, as quais nunca cheguei a conhecer. Essa carta vai para vocês, avô Zé, outro avô Zé e para você avó Benedita.
Quero lhes fazer muitas perguntas, aliás é verdade isso que um professor uma vez me disse, avôs realmente usam chapéu? E avó você usa um grampo de cabelo? Queria respostas, mas acho que quando a gente se encontrar no céu vocês possam me dizer.
Como eram meus pais quando pequenos? Saiba que vocês teriam orgulho de quem eles se tornaram.
Avô Zé e avó Benedita, parabéns pelo filho de vocês! Tudo o que sou, devo a ele e a mulher com quem ele se casou. Apesar de as vezes ocorreram desentendimentos aqui em casa eles são um bom casal, e ótimos pais. Meu pai está trabalhando de mecânico, que nem você trabalhava vô.
Avô Zé, pai da minha mãe, só pra te falar ela seguiu a profissão da vó Terezinha, virou professora e direto conta história dos alunos para mim haha. Ela, assim como o meu pai tem muito amor por nós, e eu e minha irmã amamos eles também <3.
Mas agora mudando de assunto, vou fazer um pedido para vocês. Não sei se olham a terra, se sabem do nosso futuro, mas se não for muito incomodo, quando eu chegar no céu vamos fazer aquele almoço de domingo na casa da avó, que meus amigos sempre falam? Juntar toda a família, comer uma macarronada, conversar, contar histórias, comparar as gerações, rir e amar? 
Ps: se formos fazer esse almoço, não se esqueçam do chapéu, e lembra do grampo vó. 
Até algum dia no céu.                                  
                                                                                                            Com carinho, Isabela Tasca.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Projeto 12 Cartas: Uma carta para mim mesma a 10 anos atrás.

Olá Belinha,
 Eu sou você daqui a dez anos, coisa louca né? Decide escrever pra ti, porém estou com uma grande dúvida, será que realmente devo lhe contar o que irá acontecer, ou deixar tudo em secreto para que você descubra com o tempo? Se eu lhe perguntasse isso você ficaria indecisa, você é quase sempre indecisa, seu lado curioso pede para que eu lhe conte tudinho, já seu lado que curte descobertas pede silêncio e quer que as coisa se descubram com o tempo. Mas como eu não resisto vou te contar.
  Primeiramente quero te dizer que essa sua timidez vai ir pra bem longe, sei que só abre a boca para comer e falar sim e não, mas você vai começar a fazer teatro e vai se soltar pra caramba, você vai amar aquilo, e dês de então não será mais tão quieta, saiba que hoje 10 anos depois, você sorri pra estranhos, faz amizades com pessoas no ônibus, aliás agora você tem muitos amigos, prometo que cuidarei deles. Não lembro quem são suas amigas com quatro anos, mas lembro que estuda na Aquarela e sinto saudades desse lugar, sempre lembro da vez que teve festa do pijama na escolinha, aproveite bem. Outra coisa que não faço a minima ideia é sobre o que se passava nessa sua cabecinha, hoje se passa um turbilhão de coisas. Esses dias enquanto olhava uma foto minha de quando tinha uns 6 anos, pensei: nossa, que saudades daquela época, em que era tudo tão tranquilo e quase não haviam preocupações (não que hoje exista, tenho só 14 anos, sei que o futuro promete muitas outras, mas digo isso porque naquela época eu não me preocupava com muita coisa). Você chora bastante né?! Ou não, mas lembro que nessa época seu tio cantava "Eita mulher chorona, chora feito uma sanfona." É, nada legal, talvez por isso quase não chore mais, ah não, pera, eu choro assistindo progama de televisão que fala sobre a vida das pessoas, então esqueça essa parte. Lembro dos castelinhos que você montava com as almofadas do sofá que hoje a mãe trocou e não da mais pra montar, choremos. Também não posso esquecer que 2004 foi um ano muito especial, pois nasceu nossa irmãzinha, a Gigi. Vocês duas serão super amigas, e preciso te dizer, ela é uma tagarela em tanto. Falando em irmã, a Nine vai se mudar de Curitiba, vai lá pra Passo Fundo, mas calma, ela volta. Lembro de quando eu e ela íamos ao Museu Natural, e também de quando a gente comia leite condensado com Nescau, eita época gostosa. Aproveite tudo isso, porque quando você for maior as duas não irão mais ao Museu Natural, e a sua companhia para comer leite condensado com Nescau serão as filhas da sua irmã, é, você vai ser tia com 10 anos, que surpresa não é? Hahaha essa carta foi cheia de surpresas, mas ainda deixei algumas pra você ir descobrindo. Ah e a última coisa, daqui a 10 anos você estará escrevendo uma carta para si mesma a 10 anos atrás. 
                                                                                                                              Com carinho, Isa.