quarta-feira, 7 de junho de 2023

Crescer é aprender a ficar só

É uma mistura de nós e nó

E no final sem dó

Você está novamente só

Estou aprendendo a ficar só

E essa nota já não é mais dó

Dó Ré Mi Fá Solitude

Ouço as notas na quietude

Que problema há em estar só,

Si afinal, todos

Mos?

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Uma poesia
Uma música
Algo sobre amor

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O despertar da bruxa em cada mulher -Laurie Cabot e Jean Mills

 A mulher tem uma natureza mágica e com o passar do tempo, devido a intervenção da Igreja Católica perante o poder das mulheres, elas podem ter se afastado de sua essência. Mas para que isso não permaneça no passado, Laurie Cabot e Jean Mills no livro "O despertar da Bruxa em cada mulher" nos ajudarão a reencontra-la.
 O livro é dividido em 11 capítulos, cada um com um tema central. Usando para dissertar um mito celta, uma lenda ou fábula, a contextualização dele com a nossa realidade e o que podemos aprender diante de tal. Além disso também conta com experiências das autoras e magias/rituais que podemos fazer para, por exemplo, atrair alguém, ser mais criativa...
 Nesse post escreverei o que aprendi com cada capítulo e colocarei alguns trechos do livro.

"Somos as futuras Deusas antigas. Nossas histórias são as histórias de amanhã."

Capítulo 1: Como despertar a Bruxa
A Bruxa esta em todas nós, inclusive nos meninos, pois todos temos o Divino Feminino e o Divino Masculino. É preciso reconhecer isso e ainda a força do poder feminino. Somos a natureza, precisamos nos conectar com ela e com nosso próprio Eu.
 "A descoberta da Bruxa que existe em você não é uma religião, mas uma viagem de espírito. Você é a Própria Natureza. O espírito do Universo reside dentro de você."

Capítulo 2: Como enfrentar o medo que você tem da Bruxa
Como sabemos o Cristianismo transformou as Bruxas em más e demoníacas, principalmente através do Malleus Maleficarum (falo sobre isso no vídeo). E o patriarcado até hoje faz das mulheres inferiores. Vivemos nessa cultura e para superá-la precisamos enxergar o quanto nossas decisões são nossas e o quanto temos capacidade de escrever nossas próprias vidas. Não podemos ter medo do poder, mas almejá-lo!
 "Espero sinceramente que um cavalheiro em armadura passe na sala de sua casa ou no seu escritório. Se ele não aparecer, e você ainda estiver esperando por ele, o que peço é que considere uma dessas armaduras como sendo sua."

Capítulo 3: Como exigir sua herança psíquica
Nesse capítulo a autora ensina a entrar em Alfa para realizar trabalhos psíquicos. Também diz que é importante usarmos a palavra Bruxa, a linguagem da Deusa e seguirmos nossa intuição. Fala também sobre a Deusa Brígida.

Capítulo 4: Poder sexual feminino e bravura.
 Descobri aqui que a palavra 'virgem'corresponde a 'werg' na raiz celta, que quer dizer mulher. Então se você se pergunta o porquê de usarem virgens em rituais é porque são mulheres e tem consequentemente grande poder na magia.  A autora diz que o sexo deve ser a última manifestação do amor, e que é preciso muita comunicação entre o casal antes. Diz que isso é uma escolha da mulher, a qual não deve se deixar ser influênciada pelo homem. "Para os celtas a virgindade esta relacionada com a independência sexual". Além do mais, meninas que começam cedo demais tem tendência a desenvolver depressão e outros problemas, por isso é preciso canalizar a energia sexual para outras atividades, como praticar esportes, ler um livro empolgante...
 Se o casal estiver esfriando é importante que curtam a companhia um do outro.
 E as mulheres que estão presas em relacionamentos devem se livrar e sair com seus direitos.
 Discorre, também, a respeito da importância do amor próprio.

Capítulo 5: A Bruxa que existe em toda mulher e a necessidade que os homens tem de compreende-la
 É importante que os homens, assim como os Bruxos, aprendam a respeitar e não tenham medo do poder das mulheres. E que eles reconheçam esse poder em si, pois temos em nós o Divino Feminino e o Masculino. Os garotos e homens não devem abominar e evitar características femininas, todos nós, tanto homens quanto mulheres, devemos aprender a equilibrar os dois.
"Se algum dia quisermos resolver as diferenças entre homens e mulheres, será preciso que Deus e Deusa consigam coexistir."

Capítulo 6: Como liberar a Bruxa Guerreira
 Como temos muita força emocional e empatia precisamos também saber nos defender. 
"Você descobrirá que se acreditar no próprio poder, outros acreditarão também e a tratarão de maneira adequada. Essa é a lição da Bruxa Guerreira."
A autora fala de situações que aconteceram com ela e como ela conseguiu se defender, e que, no momento que o fez sentiu em si a força de muitas mulheres. Fala também sobre a cultura machista, que leva a sociedade a ver mulheres que sofrem estupro como provocadoras e não vítimas. E como isso também se reflete em nossa linguagem.

Capítulo 7: De que maneira nutrir a sua criatividade
 Comparando com um mito celta, a criatividade sempre vem de algo, é 'roubada'. E também devemos aproveitar emoções e experiências para criar.
 "Qualquer que seja seu estado de espírito você precisa agir sobre ele, escrever sobre ele, pintá-lo, dança-lo.'

Capítulo 8: Como redescobrir suas forças curativas
 O talento para a cura é natural das mulheres. A água nos mitos celtas é uma mãe e as sereia são curandeiras. Em um conto nesse capítulo um jovem médico que cuidava de uma menina doente caminha pela praia. As sereias tentam a todo jeito lhe dizer que artemísia curaria a garota, e mesmo tropeçando em uma touceira de artemísia não reconheceu o que estavam lhe dizendo e a pobre garota morreu. 
 As bruxas muitas vezes usam a natureza para curar, por meio das ervas. E cuidar do meio ambiente é uma forma de gratidão!

Capítulo 9: A importância de nutrir
 Maternidade é o tema central. As mulheres tem todo direito de optar ter ou não ter filhos.  Os antigos celtas honravam e respeitavam muito o poder da mulher de gerar vida, mas hoje percebemos como a mentalidade mudou.
 "Uma mulher que estava fazendo compras num supermercado voltou para a privacidade de seu carro para amamentar o filho recém-nascido. Um policial lavrou contra ela uma intimação por comportamento obsceno em público! Os seios tem suportado acusações tão humilhantes de serem objeto de prazer sexual para os homens que a nossa sociedade esqueceu da sua função original. Dessa forma, as mulheres são levadas a não se sentirem à vontade e a se envergonharem de seus corpos."

Capítulo 10: Como conceder a si mesma a liberdade de se transformar
 Aqui ela fala sobre o medo de envelhecer e o medo da morte. As mulheres mais velhas devem ser respeitadas por terem mais sabedoria, uma vez que tiveram mais experiências. E a morte é um acontecimento alegre, pois a pessoa continuará a viver, apenas terá outra forma. 
 "O universo é infinito. E, porque somos parte do universo, somos também infinitos.

Capítulo 11: Como aceitar e celebrar o poder


Créditos à: Laurie Cabot e Jean Mills

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Presa na Torre

 Eu sou Rapunzel. Presa na torre. Mas meu cabelo é curto impossibilitando chegadas. Nem a bruxa vem me visitar. Apenas um quarto vazio e solitário. Apenas uma garota, vazia e solitária.
 Por vezes me debruço a janela e ouso sonhar com o horizonte, com o ar fresco e com a sensação que deve ser estar lá fora, livre.
 E por mais que venhamos a criar expectativas, essa é uma história sem enredo, sem climax, apenas a tranquilidade e a inércia dos domingos. 

 Fui criada assim, dentro de uma torre e poucas vezes sai para me aventurar, das vezes que sai me senti viva e grata por viver. Por ora parece que tenho morrido cada dia um pouco mais, enquanto tudo o que eu sonho é viver novas aventuras.
 As vezes penso em chamar alguém para fugir comigo, não quero ir sozinha pois já tenho feito isso a tempos em meus devaneios. Quero companhia, quero algo imprevisível que me surpreenda. Não quero nada duradouro, disso já me basta a estadia nesse lugar.  Eu quero me divertir, conhecer novas pessoas e conhecer o mundo, lugares que nunca estive, quero novas experiências e um pouco de rebeldia. Quem sabe ainda sou uma garotinha, presa numa torre esperando o príncipe chegar, e então me salvar da escuridão desse quarto monótono. Eu posso me salvar! Minhas lágrimas podem curar meu sofrimento, como Rapunzel cura a cegueira do príncipe no final da história. Esse problema do qual não preciso me livrar, vejo muito bem, ver é o que mais faço por trás dessa janela. O problema é o peso que o sofrimento me causa, minhas asas não são tão fortes, e preciso me livrar dele. Talvez eu possa corta-lo, como cortei meu cabelo.

sábado, 8 de julho de 2017

Who are you?

Running to fall

Running to fall.
I can't just take it easy.
I fell empty.
And full.

Full of pain.
Do I deserve it?
Do I deserve something?
Why don't they just leave me alone?

I wanna peace.
Doesn't make much sense.
Want to be alone,
To be in peace
When you are a chaos.




 Estou entediada. Sim, tenho muito a fazer. E estou ansiosa. Paralisada. Tempos conturbados. Tenebroso inverno em mim. 
 Tenho medo. E não quero estar aqui. Onde vou quero ir embora, e quando embora vou... quero permanecer indo. 
 Sou D. João fugindo de Napoleão Bonaparte, não quero o bloqueio continental.

Espero por Peter Pan. Mas ele parece não chegar. Na janela do meu quarto, em noites que por vezes são iluminadas pela Lua, penso que deveria ter pensamentos bons para o chamar. Contudo não consigo. Meus pensamentos me derrubam e caio da janela. Estou sangrando. E quero chorar. 
 Mas não quero que ninguém ouça. 
 Eu sou fraca,
 Porém não quero que eles saibam,
 Sabemos bem como eles tratam os fracos.

 É outono,
 e pisamos nas folhas que caíram.
 Elas fazem "crak"
 É como se chorassem
 Rissem
 Gritassem.
 Sequer ligamos.
 Porque pisar nas folhas nos causa prazer.

 Dó 
 Re 
 Mi
 Reme 
 para 
 bem
 longe

 E não volte tão cedo
 Ou não volte.

 Não tenha dó.
 Eu não preciso de dó.

 Quero Peter Pan.
 E quero voar.
 Mas ele não chega.

 Sem pó de pirlimpimpim,
 Apenas uma noite escura,
 A lua agora se foi.
 E o céu sequer tem estrelas

 Mas
 ainda é um céu?