terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Querido remetente,
          recentemente tenho odiado aquela frase de Paulo Leminski que diz "Isso de querer ser quem a gente é ainda vai nos levar além!", NÃO! 
Isso de não querer ser quem a gente é nos leva além!
Nos leva a estudar, assistir e ler aos jornais, ler mais obras literárias, se envolver mais com a cultura, a arte, a criação.
Este ano, querido remetente, é um ano decisivo para mim, farei o Enem e o Vestibular, se eu passar começarei já ano que vem o curso de psicologia que tanto quero fazer, e se eu não passar, terei de estudar mais um ano. Mais um ano me auto-cobrando ser o suficiente, sem ter o que eu realmente quero. É janeiro mas já estou por estudar, não quero perder tempo. Fiz uma viajem de 4 dias, da qual por estranheza nem sequer queria ir, nem tanto por estranheza mas sim porque queria ficar e continuar envolvida com os estudos. Fui. Hoje voltei e as 3:30 da tarde estava de volta a minha casa. E todas as minhas outras 9 horas de nada foram produtivas. 
 Queria customizar meu caderno, procurei inspirações mas ao fim não estava com o material suficiente e resolvi esperar até amanhã, digo, hoje pois já é 00:00 em ponto. Continuei por ver videos de criações pois adoro e nas férias posso faze-las. Mas me bloqueio outra vez. "Perder tempo com isso?", "Eu devo estudar!", "Isso vai me levar a onde?", "Por que preciso disso agora?" "Tenho que pensar no meu futuro!", "Isso não vai me fazer crescer!"
 Minutos atrás acabei por ler um texto escrito por um psicologo sobre a auto-cobrança, diz ele ser ruim, no entanto se não for por ela nunca serei alguém. E não, na verdade não tenho pensado que já sou alguém. Também  não ouse dizer a mim, sentirei como algo forçado mesmo que não seja de sua intenção. Eu quero mais mas também quero paz. 
 Quanto mais busco o insaciável eu, mas me chateio. Por não sê-lo. E por nunca poder sê-lo. Enquanto ao mesmo tempo nunca quero ser, como ao mesmo tempo quero que sempre haja uma missão a frente para me dar sentido a vida. Para dar sentido a mim. Para que eu  e o mundo perceba minha real existência.