Ele te chamou para entrar. Contrário que você era, fugiu. Fugiu com todo o dinheiro que ele havia lhe dado. Era contrário, era vazio, era eterno historiador procurando pela felicidade. E então foi busca-la, fugiu de casa, e correu para os braços dessa tal felicidade. E você fez uma linda viajem, caríssima porém linda, passou por lugares incríveis que todo mundo um dia já sonhou em passar. Decidiu o lugar em que ficaria, fez muitos amigos e se envolveu com lindos(as) garoto(as). Entretanto o mundo não era somente aquelas flores belas que você conseguia ver pela sua janela, o mundo poderia ser cruel, e você se deixou contagiar por ele. Você errou, humilhou quem não tinha o que você tinha, agora eles eram favelados e maloqueiros, você trocava de rua só para não passar pelos moradores de rua, não porque tinha dó, mas porque tinha nojo. Você brigou com quem estava ao seu lado, gritou, cuspiu neles, os usou, e ainda pisou em cima. E lhes perdeu, perdeu não só o nome mas cada amigo da sua lista de festas, nenhum deles jamais quis olhar na sua cara de novo, eles queriam distância de ti, não passou na cabeça de nenhum sequer perdoar-te. Ficou só a olhar pela janela do seu quarto, e percebeu que desde aquele dia que recusou a entrada, e tornou a pisar na entrada virando as costas para quem queria lhe acolher, você só andou só. Aquela linda viajem que fizeste, foi linda, mas nenhuma paisagem era tão bonita quanto o olhar cheio de brilho de alguém que você ama, e que te ama também. Sua casa era perfeita, tinha rede, tinha uma sala enorme, uma tv enorme, uma cozinha cheia de comida, e um quarto tão grande quanto 5 casas de famílias mais pobres, com uma vista belissíma. E você se viu lá tão sozinho, em uma imensidão para o seu nada. Pensou em como a vista dessa janela que alcançava o mar, as flores que faziam o lugar mais colorido e as pessoas caminhando com seus parceiros, seria tão mais colorido com mais alguém para ve-lo, e o mar teria um som tão mais agradável junto à voz de alguém . Percebeu a imensidão do mundo e a sua fragilidade em deixar-se dominar por ele. Percebeu o quanto o mundo poderia ser incompreensível, mas compreendeu que ali não era o seu lugar, não era sua casa, pois casa é onde o amor está. Lembrou-se de si mesmo sentado no banco da igreja impacientemente esperando a missa acabar, também lembrou das vezes que prestava tanta atenção as palavras do Padre que mal piscava os olhos, lembrou-se de todas as vezes que suas lágrimas correram no seu rosto sem nem ao menos pedir permissão, de todos os soluços, de todas as feridas que uma mão cicatrizou. Todos os sábados você ia para a catequese e ouvia algumas palavras de Deus, as vezes você desenhava, a catequista falava coisas que na época você era jovem demais para compreender, mas que hoje você compreendia perfeitamente. E enquanto o passado corria pelas sua veias você voltava, não descobriu uma máquina do tempo para voltar ao passado, entretanto você voltava para aquela porta da qual havia partido. Reviu todos os atos que cometeu e pensou o quanto era mal, o quanto errou, o quanto fez pessoas sangrarem, e por isso hoje sangrava também. Em meio ao caminho escreveu cartas a todos, até aos moradores de rua aos quais prometera que iria visitar e levaria comida, mil livros e os aqueceria em abraços. Até que você chegou. Caminhou receosamente até a porta, havia sido tão rude, seria capaz que alguém lhe perdoasse? No entanto mal lhe foi necessário chegar até a porta, pois Deus o encontrou em meio ao caminho, e com um enorme sorriso, abraçou-lhe. Ouviu tantas desculpas, não disse nada, e não era necessário, pois seus olhos diziam tudo. Estava perdoado e agora era convidado a entrar e ao seu direito receber uma festa. E nessa hora eu me afastei, tive de ir e nem ao menos pude escutar o final. Mas sou um anjo curioso então por favor, me conte o final da história.
domingo, 6 de março de 2016
Onde portas não se fecham e nem se abrem com o vento.
Ele te chamou para entrar. Contrário que você era, fugiu. Fugiu com todo o dinheiro que ele havia lhe dado. Era contrário, era vazio, era eterno historiador procurando pela felicidade. E então foi busca-la, fugiu de casa, e correu para os braços dessa tal felicidade. E você fez uma linda viajem, caríssima porém linda, passou por lugares incríveis que todo mundo um dia já sonhou em passar. Decidiu o lugar em que ficaria, fez muitos amigos e se envolveu com lindos(as) garoto(as). Entretanto o mundo não era somente aquelas flores belas que você conseguia ver pela sua janela, o mundo poderia ser cruel, e você se deixou contagiar por ele. Você errou, humilhou quem não tinha o que você tinha, agora eles eram favelados e maloqueiros, você trocava de rua só para não passar pelos moradores de rua, não porque tinha dó, mas porque tinha nojo. Você brigou com quem estava ao seu lado, gritou, cuspiu neles, os usou, e ainda pisou em cima. E lhes perdeu, perdeu não só o nome mas cada amigo da sua lista de festas, nenhum deles jamais quis olhar na sua cara de novo, eles queriam distância de ti, não passou na cabeça de nenhum sequer perdoar-te. Ficou só a olhar pela janela do seu quarto, e percebeu que desde aquele dia que recusou a entrada, e tornou a pisar na entrada virando as costas para quem queria lhe acolher, você só andou só. Aquela linda viajem que fizeste, foi linda, mas nenhuma paisagem era tão bonita quanto o olhar cheio de brilho de alguém que você ama, e que te ama também. Sua casa era perfeita, tinha rede, tinha uma sala enorme, uma tv enorme, uma cozinha cheia de comida, e um quarto tão grande quanto 5 casas de famílias mais pobres, com uma vista belissíma. E você se viu lá tão sozinho, em uma imensidão para o seu nada. Pensou em como a vista dessa janela que alcançava o mar, as flores que faziam o lugar mais colorido e as pessoas caminhando com seus parceiros, seria tão mais colorido com mais alguém para ve-lo, e o mar teria um som tão mais agradável junto à voz de alguém . Percebeu a imensidão do mundo e a sua fragilidade em deixar-se dominar por ele. Percebeu o quanto o mundo poderia ser incompreensível, mas compreendeu que ali não era o seu lugar, não era sua casa, pois casa é onde o amor está. Lembrou-se de si mesmo sentado no banco da igreja impacientemente esperando a missa acabar, também lembrou das vezes que prestava tanta atenção as palavras do Padre que mal piscava os olhos, lembrou-se de todas as vezes que suas lágrimas correram no seu rosto sem nem ao menos pedir permissão, de todos os soluços, de todas as feridas que uma mão cicatrizou. Todos os sábados você ia para a catequese e ouvia algumas palavras de Deus, as vezes você desenhava, a catequista falava coisas que na época você era jovem demais para compreender, mas que hoje você compreendia perfeitamente. E enquanto o passado corria pelas sua veias você voltava, não descobriu uma máquina do tempo para voltar ao passado, entretanto você voltava para aquela porta da qual havia partido. Reviu todos os atos que cometeu e pensou o quanto era mal, o quanto errou, o quanto fez pessoas sangrarem, e por isso hoje sangrava também. Em meio ao caminho escreveu cartas a todos, até aos moradores de rua aos quais prometera que iria visitar e levaria comida, mil livros e os aqueceria em abraços. Até que você chegou. Caminhou receosamente até a porta, havia sido tão rude, seria capaz que alguém lhe perdoasse? No entanto mal lhe foi necessário chegar até a porta, pois Deus o encontrou em meio ao caminho, e com um enorme sorriso, abraçou-lhe. Ouviu tantas desculpas, não disse nada, e não era necessário, pois seus olhos diziam tudo. Estava perdoado e agora era convidado a entrar e ao seu direito receber uma festa. E nessa hora eu me afastei, tive de ir e nem ao menos pude escutar o final. Mas sou um anjo curioso então por favor, me conte o final da história.
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Amei amei ameii cada dia vc se supera amoore haha continue escrevendo e pode ter certeza que vc vai ser uma otima jornalista ...te amo haha
ResponderExcluiraaaahh obrigada amor <3 você é muito fofa! Que assim seja :), e você também será uma ótima médica :D.
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