Você age como uma criancinha com medo do bicho papão, com medo do que tem debaixo da sua cama, você acende a luz, e dorme com ela acesa. Contudo acontece que não tenho dormido a dias. Eu sou o monstro embaixo da sua cama. E você morre de medo de mim.
Sempre que me escuta chamar você coloca seus fones de ouvido pra não me escutar. Por que está fugindo de mim? Eu odeio você!
E eu adoro puxar teu pé a noite, acha que acordou sem meias com o pé frio porque tirou sem perceber? Acha que o rádio chiou porque o sinal estava falhando? Acha que a luz acordou apagada porque sua mãe desligou?
Você não pode ficar e aguentar a dor, você não pode escutar a dor, e você não pensa na minha dor, que eu acho que nem sinto mais. Só não me canso de perguntar por que? Por que? A dor dessa abrupta morte? A morte abrupta do nosso amor, quer dizer, do meu? Você saiu ileso e eu fiquei aos pedaços.
Odiei você por dias e penso porque um dia gostei de você, sua alma é horrível. Você é frio como o Alaska. Você é tão frio que minha pele congela e meu nariz fica vermelho. Quando você foi eu estava sem casaco e ainda estou, não aceito o casaco de nenhum garoto que me ofereça.
Eu sou o porquê que você teme. Eu sou o monstro debaixo da sua cama que você teme. Eu sou a sua fuga. O motivo dela.
E você é a minha incompreensão. Que como todas as outras não inquietei-me até compreender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário