Era noite, ele pediu pra ela ir lá fora vê-lo, bobinha que é foi. Estava frio, o vento congelava, o garoto roubou um beijo, e a garota também. Pude ver que sentia frio, um abraço dela veio pra esquentar. Logo eles foram para suas casas. Foi a primeira vez que eles ficaram. Três dias se passaram e eles continuaram, voltavam com o mesmo ônibus, vinham de mãos dadas para casa, ele levava e buscava ela no vôlei. Mas de repente ele parou, sumiu, e nem explicou porque. Confusão invadiu a cabeça dela. Resolveu procurar por ele algumas vezes e deu errado, provavelmente já estava com outra, enquanto ela, ficou com a solidão. As vezes o menino voltava do nada, sorria como se nada tivesse acontecido, e queria voltar como se nunca tivesse ido. Não deu outra se não raiva, mas foi passageira, daqui a pouco vi ela correr pra casa dele, viraram amigos. Conversaram pelo whatsapp por uns dois dias e depois já falaram que iriam ficar de novo, mas dessa vez não teve beijo nem abraço para esquentar, nunca mais teve. Mesmo que ela decidisse não dava certo, sempre tinha alguma coisa pra atrapalhar, realmente não era pra ser, Deus não queria, ele preparou pessoas melhores para ela.
Três meses depois a menina não resistiu e estava se declarando, soltou um "eu te amo". Mas aquele amor que ela buscou em uma noite fria não soube ama-la. Porém em uma tarde quente, ela encontrou um amor, ou melhor um amigo. Estava tão perto dela, mas eles nunca haviam se visto, eles se completavam.
Tudo começou com ele colocando o pé pra ela tropeçar, mas ao invés de derruba-lá, a levantou. A garota reviveu, o coração dela disparou de novo, os olhos voltaram a brilhar e o sorriso no rosto ficar. Brincaram de lutinha, pra falar bem a verdade aquele dia eles foram bem crianças, eu me divirto com esses dois. De inicio o pensamento dela foi: nossa, esse garoto nem sabe como tratar uma menina. Mas logo ela descobriu que ele sabia sim, e muito bem. Mesmo pensando aquilo a garota gostou, ela se apaixona por bobões como aquele, e pra completar ele ainda tinha nome diferente. Mas quem realmente ficou na dela foi o amigo do garoto. Foi por causa dele que os dois começaram a conversar.
Segunda-feira ele veio atrás dela. Elas andavam, iam para o ponto pegar ônibus quando ele chegou com sua bicicleta e falou: Posso roubar sua amiga? Só vi ela olhar pro lado bem rápido e falar: não, não, não. Já que ele ficou insistindo. Mas no fim, o garoto da bicicleta conseguiu roubar ela um pouquinho. Bem da verdade a menina imaginou que ele queria roubar ela pra ficar ou algo do tipo, e ficar só por ficar era a última coisa que ela queria, já havia se ferrado bastante da última vez. Mas na verdade o assunto mesmo era o amigo dele que estava afim dela, era pra jogar as coisas a limpo. E mesmo depois que jogou, o garoto a esperou com a bike depois da escola e roubou ela. Virarão amigos, e de repente na boa ela começou a gostar daqueles olhos claros, daquele sorriso, daquele jeito de falar dele. A gostar mais do que ela gostava antes. Certo dia ele "perdeu o ônibus" e eles ficaram. E ela não está com medo dessa vez como teve das outras. Pois ele não é ó um ficante, ela confia nele, esse garoto da bicicleta é diferente de todos os outros. Ele deu asas pra ela, agora ela sente que está voando, está leve, sem peso nenhum, pois já não carrega mais os medos e inseguranças, nem aquelas certezas e incertezas. Agora ela só pensa em voar, e no anjo de olhos azuis dela.
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