Vem de ares italianos, alemães e ingleses e como uma borboleta, voa pelo mundo graças aos franceses que aderiram amavelmente essa arte, espalha-se a partir do século XVIII até o século XIX, o Romantismo, um período cultural artístico. Emoções são valorizadas, e não deixadas para depois; as criações são livres; o amor platônico não se deixa faltar; temas religiosos são abordados; há a presença do individualismo; o nacionalismo se deixa dominar e a história se faz presente nas obras. E não nos deixemos esquecer, estamos aqui na época da Revolução Francesa, ideias iluministas estão percorrendo na Europa. Já no Brasil, o Romantismo chegou em 1836, enquanto havia ainda a euforia da independência e lutava-se pelo fim do tráfico de escravos, o que foi uma grande influência nas obras brasileiras desse período, além da natureza.
Música.
Os compositores musicais nesse período libertavam a si mesmos, tendo uma ótima expressividade; porém as sequências são menos harmoniosas e os tons são mais sombrios; já que no Romantismo o foco era o próprio indivíduo, o misterioso mundo do artista é encontrado subjetivamente em cada obra, deixando-se de lado a forma racional e simétrica.
Pintura:
Foi na França e na Espanha que a pintura teve uma enorme força, com os principais artistas Delacroix e Goya. A pintura retratava temas históricos ou literários, todos dramático-sentimentais. Assim como a emoção as cores vieram a tona, a paisagem passou a não ser feita apenas por fazer, mas sim para enfatizar a relação e a expressão dos personagens.
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A liberdade guiando o povo , de Delacroix. |
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Três de Maio, de Goya. |
Teatro:
No teatro, há a transformação do clássico como Shakespeare em relação ao tempo, espaço e ação. Torna-se então um teatro moderno, que critica os problemas humanos, morais e sociais respectivamente dessa época.
Martins Pena é considerado o principal autor do teatro romântico no Brasil, uma de suas obras é " O Noviço.", onde, narrativamente de uma forma bem humorada apresentam-se situações de jovens mandados pela família ao sacerdódio, sem que tivessem vocação. Como dito, cita acontecimentos da época, e aproveita-se para fazer uma crítica.
Para quem tiver interesse o livro tem apenas 76 páginas e pode ser lido em pdf:
http://www.bdteatro.ufu.br/download.php?pid=TT00422.
Literatura:
"Em cada país o romantismo produziu uma nova literatura exuberante com imensas variações entre seus autores porém, em todos eles, persistem algumas características em comum: opulência e liberdade, devoção ao individualismo, confiança na bondade da natureza e no homem "natural" e na fé permanente nas fontes ilimitadas do espírito e da imaginação humanos." - Bradley, Beatty e Long.
Citarei textos da literatura romântica brasileira, a qual teve três gerações:
A Nacionalista, onde a natureza era exaltada, a idealização do indígena predominava e exilados confessavam sua saudade da pátria. O principal nome dessa geração é Gonçalves Dias, poeta pelo qual me encantei e sou apaixonada <3.
"Clarão, que as luzes no piscar despedem
Se outro nome lhe dão
Se amor o chamar
D'amor igual ninguém sucumbe a perda.
Amor é vida!
É ter constantemente alma-sentidos-coração abertos
Ao grande ao belo
É ser capaz de extremos
D'altas virtudes
Té capaz de crimes
Compreender o infinito a imensidade e a natureza e Deus
Gostar dos campos, d'aves, flores, murmúrios solitários
Buscar tristeza e soledade
É ter o coração em riso a festa
E a branda festa de nossa alma
Fonte de pranto intercalar sem custo
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo
E ser no mesmo ponto
O ditoso
O misérrimo dos entes
Isso é amor, e é desse amor que se morre." -Gonçalves Dias. <3
A Ultrarromântica, apego a morte, fuga para a natureza ou para a infância, idealização da mulher inatingível e ao mesmo tempo sexualizada. Confissão e Sarcasmo. Depressão, mal do século. Todos os artistas dessa época morreram cedo.
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
"Não acordes tão cedo! enquanto dormes
Eu posso dar-te beijos em segredo...
Mas, quando nos teus olhos raia vida,
Não ouso te fitar... eu tenho medo!
Enquanto dormes, eu te sonho amante,
Irmã de serafins, doce donzela;
Sou teu noivo... respiro em teus cabelos
E teu seio venturas me revela..." -Álvares de Azevedo.
A condoreira, última geração, onde a crença de que a arte deveria contribuir para o progresso da humanidade era presente, passa a ser uma poesia socialmente engajada e elaborada para ser recitada em público e empolgar a quem a ouvia, coincidiu na Europa com o início da luta de classes e no Brasil com a abolição da escravatura e instauração da República. O principal poeta dessa geração foi Castro Alves.
"Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar..." -Castro Alves.
Gosto muito desse período na arte, e ele é bem importante sempre cai em Enem e Vestibulares. Espero que tenham gostado também (e que não tenha ficado muito longo e cansativo, (
eu sei que ficou mas ainda tenho esperança, rs) e me digam, qual parte os encantou mais?
Um beijo,
Bela.